O que você busca e que o trouxe até aqui? Poderá ser muita pretensão, mas tentarei adivinhar: você foi atraído pela palavra “mudar”, ou seja, a busca em fazer algo diferente, algo mais criativo e inovador. A busca por inspiração para ter uma boa ideia, e principalmente que essa grande ideia possa fazer a diferença para ajudar a desenvolver um mundo melhor. Hoje essa é uma das grandes angústias que muitas pessoas estão vivendo, pelo menos a maioria com as quais eu tenho convivido. Aliás, já vivi muito esse anseio da mudança e ainda vivo. Afinal, todos os dias são repletos de descobertas e experimentações.
E todos aspiram de forma latente o desejo de ser mais criativo e inovador. O vídeo “De onde vem as boas ideias”, exemplifica bem esse anseio e demonstra que ao longo de um estudo de 5 anos as grandes e boas ideias não surgiram de forma repentina, mas passaram anos hibernando e dormentes. E elas surgiram da colisão de vários palpites que se combinaram e formaram algo bem maior.
Por isso eu aproveito esse momento para dividir um pouco da minha experiência e dar algumas sugestões de como você pode abrir espaço para que o seu anseio de mudança vire um palpite, esse palpite colida com outro e vire uma grande ideia que possa vir fazer a diferença no meio social que você está inserido.
Em primeiro lugar, abrace o seu palpite (ideia) e ande de mãos dadas com ela por todos os cantos para que em algum momento ele possa trombar com outra e trazer à tona uma grande solução. Isso quer dizer que você deve dividir as ideias com o máximo de pessoas que você conseguir (claro que se deve tomar alguns cuidados) e difundir o palpite pelos ares para que ganhe mais consistência e forma.
Um palpite encorpado e bem formatado em mente sempre irá emergir em alguma oportunidade que surgir e poderá ser dividido e debatido com alguém. Mas como fazer com que ele flua ainda mais e saia do patamar de palpite e vire uma grande ideia? Ai surge o papel fundamental das conexões. Essa é a palavra chave “conexões” e “conectar”. Hoje a internet possui uma papel extremamente positivo para conectar pessoas por meio das redes sociais e de networking. Entretanto, devemos realizar “conexões reais”, ou seja, profundas e verdadeiras.
E ai chegamos ao ponto onde acredito que seja crucial para que o seu palpite possa se tornar algo grandioso, que é quando você realiza “conexões bem-sucedidas”. Para realizá-las, existem algumas atitudes e comportamentos que farão toda a diferença para você (e que também fizeram para mim):
1. Seja vulnerável: no TED “O poder da vulnerabilidade”, de Brené Brown, ela explica que ao longo de uma pesquisa constatou-se que a vulnerabilidade é o centro do medo e vergonha, mas também é local de nascimento da alegria, criatividade, pertencimento e amor. Porque quando você tem uma atitude vulnerável você permite que o outro te veja verdadeiramente, e que você veja o outro também. Dessa forma você consegue se expor sem limitações e isso permite que a criatividade venha à tona, e o outro também possa te orientar ainda mais nesse ampliação de ideias.
2. Seja empático: em outro vídeo sobre empatia também da Brené Browm, ela ilustra que empatia é se sentir conectado como o sentimento do outro. Se você for capaz de desenvolver essa habilidade, você consegue se conectar com o outro de uma forma tão rápida e verdadeira que as conexões de ideias, sentimentos e percepções começam a fluir de forma harmoniosa. Pois o reconhecimento do outro em você permite maior fluidez e troca de pensamentos.
3. Não julgue: o livro “Criatividade SA. Ed Catmull CEO da Pixar (hoje a maior empresa de desenhos animados do mundo), ilustra inúmeros exemplos de como eles desenvolveram o processo criativo, e o fato que me chamou muita atenção nesse processo e eu venho praticando todos os dias é o não julgamento. Na Pixar eles realizam reuniões onde os participantes ficam a vontade para falar tudo que pensam e acreditam, e ninguém está lá apontando o que é certo ou errado, todos possuem liberdade de expor opinião sem se sentir fracos, com medo ou com vergonha. Eles confiam mutuamente um no outro pois não existe julgamento, apenas bolhas de ideias e palpites, que flutuam pela sala de reunião, e que eles sabem que em algum momento irão se conectar, pois cada uma tem sua devida importância e formarão alguma solução ou algo criativo e inovador. A ausência do julgamento é um fator essencial para que os palpites saim da mente e tomem formas, seja por fala ou pela escrita. Com isso as pessoas possuem coragem de se expor. Precisamos mais dessa coragem!
A coragem de ser vulnerável faz com que tenhamos segurança em expor nossos palpites, seja para um desconhecido ou não, e ao demostrar isso nos conectamos com o outro exercendo a empatia, nos colocamos no mesmo lugar, nos reconhecemos como unidade e nos apropriamos do sentimento coletivo. Essa mudança de percepção não fará mais sentido na definição do que seja certo ou errado, ou qualquer tipo de julgamento, e ai conseguimos atingir o patamar que eu mais admiro: onde nada é impossível, ou seja, todos os palpites têm a mesma importância e todos eles quando expostos de forma legitima podem se conectar e originar as ideias mais inovadores e criativas.
Esses comportamentos são chaves para deixar fluir a criatividade. Assim será possível realizar conexões verdadeiras e bem-sucedidas. Essas atitudes irão lhe empoderar para ter coragem de buscar mais pessoas, mais conexões, mais palpites, mais rede, mais espaços, mais inspiração. E fomentar o belo ciclo da vida de abundância das ideias.
E pra inspirar um pouco mais, sugiro que você assista o vídeo do meu filósofo da atualidade favorito: Jason Silva. “ Captains of spaceship earth”
Nós teremos a capacidade de superar a nossa criatividade quando todos tivermos conectados e unificados.
Deise Nicoletto
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