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Inspire-se com negócios sociais brasileiros 5 - O Polen


Olá, leitor!

Hoje daremos continuidade à série Inspire-se com Negócios Sociais Brasileiros que já falou sobre o Hand Talk, Geekie, Dr. Consulta e Programa Vivenda, e que traz nessa semana uma iniciativa que faz você ajudar muitas pessoas sem gastar nada.

Você já ouviu falar em O Polen? Trata-se de um negócio social que utiliza um aplicativo que transforma suas compras online em doações sem você precisar gastar nada por isso. Formidável, não é?

Pois confira a entrevista que fizemos com seus criadores, Fernando e Renata, que dentro da rotina sobrecarregada como empreendedores sociais, encontraram um tempinho para compartilhar um pouco de sua experiência conosco.

1. Como surgiu o Polen?

O Fernando trabalhou muito tempo com e-commerce e sempre foi empreendedor. Ao se envolver com o terceiro setor, percebeu uma grande oportunidade em unir esses dois setores e largou tudo para iniciar em 2013 o PagSocial, um meio de pagamento como o PagSeguro mas que dividia sua taxa com ONGs e instituições. Essa ideia rendeu a primeira aceleração, em Vitória-ES, mas a aprovação de um marco regulatório governamental impedia que o desenvolvimento do negócio continuasse. Dois dias depois, se negando a desistir, surgia O Polen, um modelo muito melhor e mais sustentável que teve o lançamento do primeiro produto (app para chrome) em setembro de 2014.

2. No processo de criação, e agora expansão, quais as principais dificuldades encontradas e, também, quais as principais competências necessárias para contorná-las?

No início, tínhamos bastante dificuldade com as ONGs. Estávamos começando, ainda estávamos conquistando credibilidade e por ser uma ferramenta inovadora e online, muitas duvidavam que realmente funcionasse. Com o tempo, fomos ganhando confiança e hoje a cada dia mais ONGs nos abordam para fazer parte. Hoje, o grande desafio que temos é o mesmo de todos os negócios sociais, muitas pessoas ainda tem uma ideia de que não é `correto´ ter lucro e criar impacto social ao mesmo tempo, muitas ainda não conhecem o conceito de negócio social e acabam criando uma barreira. Talvez a maior competência que a gente precise pra contornar qualquer desafio seja a paciência, criar algo novo e ter seu próprio negócio é difícil e exige dedicação, então tem que ter paciência para trabalhar bastante e entender que tudo tem seu tempo de acontecer.

3. Qual o problema social atacado pelo Polen? E a solução proposta?

ONGs e instituições enfrentam um grande problema de captação de recursos e cada vez gastam mais tempo buscando esses recursos, ao invés de estarem dedicando-se às suas causas. Nós queremos diminuir esse tempo gasto com recursos e aumentar o impacto com atitudes. Além disso, muitos recursos vêm para as ONGs com `amarras´, ou seja, só podem ser usado em um único projeto, mesmo se exista outro que precisa mais. Como sabemos que ONG também paga aluguel, luz, telefone, internet e funcionários, deixamos nosso recurso livre para que usem da melhor maneira, inclusive às encorajamos a utilizar em suas bases, seus gastos administrativos.

4. Como funciona o processo de escolha das causas apoiadas pelo Polen?

A ONG que quer fazer parte entra em contato, preenche os documentos e nos envia. Nós verificamos a documentação e se estiver tudo certo, entramos em contato para saber um pouco mais do trabalho da ONG. Como apoiamos muitas ONGs e é tudo via internet, é importante que a ONG tenha um trabalho de comunicação como uma página no facebook, newsletter e etc. Nós damos suporte na comunicação, promovendo eventos online de treinamento de comunicação, enviando artes para serem postadas e dando vários exemplos, mas é da responsabilidade da ONG fazer a divulgação da plataforma e conquistar apoiadores.

5. Quais são as principais métricas de impacto do Polen?

A resposta óbvia seria é claro, o quanto conseguimos arrecadar para as ONGs, e esse é de fato um grande objetivo. Mas nosso trabalho vai além disso, queremos melhorar a ONG de dentro para fora, por isso trabalhamos com a sua comunicação e entregando sempre conteúdo de como melhorar sua gestão e como usar esse recurso livre que arrecadamos para potencializar seu impacto. Então, uma de nossas principais métricas é também o quanto a ONG conseguiu melhorar a partir do nosso apoio em sua gestão e comunicação.

6. Se novas instituições quiserem buscar o Polen, qual o caminho indicado? E, claro, como novas lojas podem se tornar parceiras do Polen?

Para as ONGs está cada vez mais fácil fazer parte. Acabamos de implementar no próprio site um sistema automatizado. Já na primeira vez ela clica, sabe tudo sobre a ferramenta, preenche os formulários e adiciona os documentos. Depois disso, alguém da equipe entra em contato e começamos o processo de integração e o suporte de comunicação. Para as novas lojas, é só enviar um email para eupolinizo@opolen.com.br que a gente responde bem rápido, juro.

7. Como vocês se veem no médio e longo prazos?

Vemos o Polen expandindo a sua atuação e seu impacto. Assim como criamos uma ferramenta que inclui a doação de maneira simples e prática no processo de compra online, vemos o Polen incluindo a cultura de doação em outras ações diárias. Queremos incluir a cultura de doação na rotina diária das pessoas.

Para o ano que vem temos a meta de gerar 5 milhões em doação além de iniciar a atuação fora do país.

8. Por que impactar o mundo por meio de um negócio social, e não por outro meio, como, sei lá, uma ONG ou OSCIP?

Somos muito inspirados pelo modelo de negócio criado pelo professor Yunus e temos a honra de participar de seu programa global Yunus & Youth onde cada vez aprendemos mais sobre o modelo de negócio social.

Nascemos para apoiar ONGs e OSCIPs, ajudando a economizar o tempo gasto com captação de recursos para utilizar em suas causas. Se nos posicionássemos como ONG, teríamos o mesmo problema, o que não faz sentido. Por isso buscamos essa maneira auto sustentável de criar e principalmente maximizar impacto social.

Um vídeo que gostaria de recomendar e que tem muita sinergia com o que acreditamos é o Ted do Dan Pallota:

9. Como vocês veem esse movimento mundial -- chamado por alguns de capitalismo consciente, capitalismo responsável ou capitalismo do século XXI -- que busca utilizar os mecanismos do próprio capitalismo para a correção de problemas sociais?

É o futuro que estamos ajudando a construir. Sempre brincamos que queremos hackear o capitalismo para o bem. Usar o próprio sistema e reverter parte para causas sociais, criando um ciclo sustentável a partir disso, permitindo com que o terceiro setor cresça seu impacto em uma escala jamais vista. Com absoluta certeza isso criará um mundo melhor para todos; mas para isso, é necessário que as empresas vejam sentido nisso também.

Nosso slogan, Ajudar faz sentido, reflete diretamente isso. Criamos ferramentas e produtos onde o ato da doação faça sentido para todos os envolvidos. Para Ongs, por receberem o benefício, para pessoas, que estão apoiando sem gastar e para empresas, que ao destinar parte de sua venda para projetos sociais, estão melhorando sua imagem e criando um diferencial de venda, ganhando a confiança de seus clientes.

Nossa visão é transformar esse diferencial de venda em um requisito para a venda. Um mundo onde não faça sentido uma transação comercial onde nada é revertido para a sociedade.

10. Qual a opinião de vocês sobre esse comportamento que vem crescendo no mundo, e também no Brasil, em que a sociedade civil procura resolver seus próprios problemas -- por meio de mecanismos como associações sem fins lucrativos ou negócios sociais -- ao invés de simplesmente esperar que o Estado os resolva?

Acreditamos que é um movimento ao mesmo tempo óbvio e natural, é o velho ` já que ninguém fez, deixa que eu faço´. A sociedade sente que precisa evoluir e vai evoluir, o estado querendo (e fazendo algo para isso) ou não. E isso nos deixa muito felizes, atitude é tudo!

11. Que recado você deixaria para os empreendedores sociais brasileiros que estão iniciando sua jornada ou ainda para aqueles jovens que pretendem empreender socialmente?

Vai com tudo! É difícil, é um desafio, toma tempo, tem dias que você acha que não levar a nada. Mas na maior parte do tempo é tão gratificante perceber que você realmente está fazendo algo que muda o mundo (mundo inteiro ou o mundo de alguém) que toda a dificuldade vale a pena e você só quer fazer mais. É viciante!

Obrigado, Fernando e Renata, pela entrevista! Quero contar para vocês que hoje mesmo fiz minha terceira compra utilizando o raio polinizador.

Sucesso!

Ficou curioso? Veja o vídeo institucional de O Polen abaixo:

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