Ao se tratar de impacto social, que tipo de organização é mais eficiente: negócios sociais ou organizações sem fins lucrativos?
O debate, que passa do meio acadêmico e vai até as rodas de conversa entre agentes de mudança, gira em torno de qual seria, entre os dois tipos, o melhor instrumento para resolução de determinado problema social.
Será que há necessariamente um melhor?
Os negócios sociais, por serem mais recentes, são taxados como modismo pelos seus críticos e como “nova onda” pelos seus defensores. As organizações do terceiro setor também possuem alguns rótulos, dados por seus detratores, mas muita tradição quando se fala sobre solucionar o que o Estado não consegue por vias tradicionais.
Parte da confusão nasce do próprio termo empreendedorismo social que recebe acepções diferentes. Enquanto alguns autores o conceituam como qualquer tipo de iniciativa em prol da sociedade (e aqui se incluem organizações sem fins lucrativos e negócios sociais), outros o traduzem como a prática de proposição de soluções para problema da sociedade por meio de negócios sociais. Esta última, a definição que adoto no blog.
Em uma postagem antiga, Diferentes Formas de Mudar o Mundo, diferenciei as organizações de acordo com o grau de sustentabilidade financeira e impacto social, e vimos que as organizações do terceiro setor e as organizações híbridas (negócios sociais) são realmente diferentes.
Assim o debate permanece, e nesse ínterim vale ressaltar a necessidade de pacificar as duas formas mais comuns de se mudar o mundo quando se pensa em empreendedorismo social.
Em primeiro lugar elas não são excludentes, e sim complementares. Apesar de terem características e formas de funcionamento distintas, ambos os modelos atuam em busca do impacto social. E, quando se fala em mudar o mundo, esse deve ser o fim último: impactar a sociedade positivamente.
Em segundo lugar, são as características específicas de cada uma das formas que, analisadas sob a condição de aplicação (o problema social que precisa ser solucionado, por exemplo), irão sugerir a melhor indicação naquela ocasião hipotética específica.
Algumas das características estão relacionadas na tabela abaixo que foi adaptada do excelente livro The Social Entrepreneur´s Playbook (MacMillan; Thompson, PENN, 2014) e complementada pela obra de outros autores:
A pergunta-chave, portanto, que deve ser feita é: qual o formato causará maior impacto social para o problema que você está propondo solucionar?
A partir da resposta, você poderá iniciar a mudança de mundo que está propondo, seja ela no terceiro setor ou por meio do empreendedorismo social.
Fraternal abraço!
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